sábado, 20 de março de 2010

Cicatriz

Há alguns dias eu venho (re) lembrando algumas coisas passadas.
Normalmente me vêem lembranças boas, às vezes ruins.Faz parte.
Hoje, por exemplo, lembrei-me do dia em que cortei meu dedo
com gillete e fiz minha mãe ficar mais aflita do que ela já era
normalmente.Estupidamente, no mais simples ato de brincadeira
e no auge dos três anos, cismei de pegar no objeto e ''testa-lo''
em minha mão direita.O resultado disso, todos os dias eu vejo;
uma cicatriz no meio do dedo, em forma de raio.Ao descrever
assim, numa forma tão clara, parece até que foi uma situação
fácil de se controlar.Engano, meus caros.Engano.Lembro que
fiz minha mãe chorar muito e eu não entendia muito bem o
por quê de tanto sangue.Pois é.Pense pequena Kauana, por
que tanto sangue? Apenas três anos e já aprontando.Apenas
três anos e uma imensa vontade de testar, cutucar, deixar
de entender e procurar saciar a própria vontade.Minha mãe
não me deu bronca, apenas apontou muito para meu pequeno
dedo, dizendo que o que eu fiz era muito feio.Se eu disser
o quê eu fiz ou o que eu ''tentei'' falar, eu estaria mentindo,
mas suponho que naquele momento eu saciei minha
vontade de testar o desconhecido.Saciei e provei da minha
ânsia, me machucando de uma forma inesperada e chorando
muito mais do que o previsto.A verdade é que doeu, a verdade
é que sempre dói descobrir o que não é certo ou o que pode
machucar.Mas eu, mesmo pequena, aprendi a dar (ou a tentar)
dar ouvido à minha mãe.Afinal, ela continua sabendo o que
é certo
e eu, continuo achando que o errado, é mais divertido.

Um beijo pro best, que foi o único que riu comigo sobre esse post!

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